
Álbuns ao vivo do rock brasileiro: 14 BIS Ao Vivo
Olá, pessoal!
É sempre uma satisfação escrever sobre os álbuns que gostamos, compartilhando ideias com vocês. O álbum escolhido agora é o “14 BIS ao vivo”, da banda 14 BIS, lançado em 1988, uma verdadeira celebração a obra da banda mineira que encerrava o ciclo com Flávio Venturini, principal cantor e compositor da banda, pois os shows gravados para este álbum marcaram a despedida dele, em alto estilo.
Vamos embarcar nesta nave musical!
Abraços,
Medusa.
14 BIS ao vivo – 14 BIS (1988):
Álbum gravado em 26, 27 e 28 de dezembro de 1987, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, MG, e lançado em 1988, pela gravadora EMI. Como citei acima, estes shows marcaram a despedida de Flávio Venturini da banda, após uma prolífica carreira de oito anos com sete álbuns de estúdio lançados, desde 1979. Portanto, a formação original presente neste álbum é o próprio Flávio (vocal principal, teclados e violão), Cláudio Venturini (guitarra e vocal), Sérgio Magrão (baixo e vocal), Vermelho (teclados e vocal) e Hely Rodrigues (bateria).
O som da banda reúne tantas características que fica até difícil de defini-lo, mas podemos citar uma mistura de The Beatles, sua maior influência, com rock progressivo, Clube da Esquina, rock rural e até soft rock, considerando todas as variáveis destes estilos.
Na época deste lançamento, o 14 BIS já tinha tantos sucessos em sua carreira, que utilizaram o inteligente recurso de dois medleys para incluir a maior parte possível de músicas neste álbum, pois, vale lembrar, que o disco em vinil apresenta um limite de duração. Dessa forma, você ouve o álbum do começo ao fim degustando esse repertório muito rico e único!
Uma característica muito forte da performance da banda sempre foram os vocais muito afinados e harmoniosos, já que quatro de seus integrantes dividem esta função, seguindo uma linha que Flávio Venturini e Magrão já utilizavam anteriormente com propriedade em O Terço. Confira em “Canção da América”, “Uma Velha Canção Rock’n Roll” e “Perdidos em Abbey Road”, por exemplo.
Cláudio Venturini é um guitarrista virtuoso e não tão citado quanto deveria, na minha opinião, sendo que neste álbum temos muitos exemplos de suas qualidades como instrumentista, como nos longos solos das já citadas ”, “Uma Velha Canção Rock’n Roll” e “Perdidos em Abbey Road”. Trata-se de um guitarrista que prima pela melodia, utilizando a técnica e velocidade no momento certo do clima de cada canção, valendo citar a sua facilidade de tocar muito bem em andamentos lentos, algo que não é tão comum.
Para quem é fã como eu, o álbum ainda apresenta vários atrativos, como os arranjos diferentes em várias músicas para este formato “ao vivo”, o entrosamento e pulsação vigorosa da cozinha Magrão/Hely, os improvisos de guitarra e piano em “Uma Velha Canção Rock’n Roll” (um dos grandes destaques, certamente), entre outros.
Gostaria de citar uma música em especial, “Mais uma vez”, parceria com Renato Russo, sempre citado com mérito, mas creio que esta composição também apresenta uma combinação genial de estilos, como a introdução com seu riff em ritmo de baião e a segunda parte numa levada AOR, estilo que estava em alta na época, vide o exemplo do Asia, Survivor e Journey. Ao final, Cláudio Venturini faz um solo maravilhoso, com muita pegada e interpretação digna dos grandes mestres das 6 cordas!
O repertório deste álbum ao vivo é tão representativo, que serve de referência para os shows até hoje em dia!
Espero que curtam este álbum tanto quanto eu e muitos fãs do 14 BIS!